domingo, 8 de abril de 2012

Capitulo 1 _ “Sexta á Noite”


Capitulo 1 _ “Sexta á Noite”
Sexta a noite.
A tão esperada noite que abre o fim-de-semana. Para Júlia, Mikaela, Vitoria e Eva era a noite onde iriam beber para esquecer, pelo menos para Júlia que queria arrastar as 3 melhores amigas para a Boate mais próxima e chorar com elas as suas mágoas. Isso era, ate estar tão bêbeda ao ponto de não se importar se elas ouviam ou encontrar companhia melhor.
Eram como irmãs as quatro mais velhas todas agora com 18 anos e a mais nova com quinze. Conheceram-se aos dez no instituto privado para sobredotados, Filipa Dowet* quando lhes foi descoberto a sua grande capacidade mental de um QI de 250. Vivem num grande duplex em Santa Marta de Pinhal num prédio novo e de localização agradável. As mais velhas trabalhavam todas a partir de casa pelo computador.
-Estão prontas? _ Pergunta Júlia dando os últimos retoques no cabelo.
Júlia é uma espevitada negra de pele chocolate, olhos escuros e quentes, cabelos cheios de caracóis crespos que lembravam uma orgulhosa e cuidada juba. Acabada de sair de uma relação de três anos, esta na fase de “sou de todos e de nenhum”. Extrovertida, com sentido de humor e simpática.
 - Vê se te acalmas. E empresta – me o batom vermelho. _ Diz Mikaela empurrando Júlia da frente do espelho da entrada.
Mikaela é a Rockeira do grupo, com o seu estilo Dark Chique, cabelos negros como azeviche, olhos de um azul cinzento e pele branca apetecível era o sonho de consumo de muitos homens e mulheres e, por vezes algum tinham a sorte de a ter por uma noite. Respondona, sarcástica e não levava desaforo para casa era taxada de rapariga problema do momento em que disse a primeira palavra.
-Tenho mesmo de ir? _ Pergunta Eva alisando o vestido que ela nunca usaria se não tivesse sido ameaçada por aquelas a que chamava irmãs.
Em contraste com Mikaela, temos Eva. Gentil, doce, tímida e recatada de aparência frágil de uma ninfa com os seus cabelos ruivos e olhos castanhos. Muito religiosa tenta pregar a fé dentro de uma casa cheia de ateus o que faz com que muitas vezes seja ignorada. Apesar disso a ida a igreja todos os domingos já virou tradição, como uma coisa que fazem em família, após a missa, se o tempo ajudar, fazem um piquenique ou qualquer outra coisa para passar o tempo todas juntas.
-Claro que sim. _ Responde Júlia com as mãos na cintura e uma careta de desagrado. – Preciso de todas para afogar as minhas mágoas, mesmo que tu não bebas.
- Mas a Alice não pode ficar sozinha. _ Eva tenta argumentar mas é interrompida por Victoria.
-A Alice tem quinze anos, já é idade suficiente para receber alguma responsabilidade. _ Começa Victoria sorrindo para a cara de desespero de Eva. – Alem do mais, vão só ser algumas horas.
Victoria era o que se podia definir como a doida Racional. Conseguia manter o sangue frio nas situações mais stressantes. É algo tímida, mas nada que umas vodkas e cervejas não ajudassem. Tinha os seus momentos, como ser tão calma e recatada como Eva, doida e espontânea como Júlia, ou mazinha e de língua afiada como Mikaela. Morena de cabelos compridos e olhos castanhos, pele de um moreno saudável todo o ano. Era aquela a que todas recorriam quando tinham problemas.
-Não te preocupes Eva, fico bem. _ Diz Alice descendo as escadas vestida com o seu muito colorido pijama.
Alice, irmã de sangue de Victoria e a mais nova da casa com 15 anos acabados de fazer. Criada por Victoria e as outras desde os seus 12 anos por uma tragédia vê a irmã mais velha como uma mãe e as outras como tias. Muito alta para a idade que tem, magra e com todos os seus atributos ainda em formação tem alguns complexos com o seu corpo, morena de cabelos compridos, olhos castanhos e sorriso contagiante era a princesinha da casa com atitude incluída, o que por vezes a fazia ficar de castigo por algumas atitudes.
-Okay! _ Exclama Júlia retocando a maquilhagem e o cabelo pela milésima vez. – Prontas?
- Prontas!!! _ Gritam indo para a porta de casa.
- Lembra-te, tranca a porta e tira a chave assim que sairmos, não abras a porta a ninguém porque nos temos chave e se acontecer alguma coisa ligas para uma de nos e nos estamos aqui num piscar de olhos. _ Victoria fazia recomendações enquanto era arrastada para ao elevador.
 - Eu sei, divirtam-se. _ Diz Alice da porta de casa rindo das figuras das irmãs.
Apanham um táxi na avenida principal e dão o endereço para uma nova Balada chamada “ Sin and Tell” que tinha óptimas recomendações e como o dono era conhecido de Júlia tinham convites V.I.P ‘s para a festa exclusiva de abertura de Verão. Entram sem nem olharem para a fila á porta e Juntam-se ao mar de corpos suados que vibravam ao som de uma música mix.
-O que vai ser? _ Pergunta o apetecível Barman uns decibéis acima da música.
- Para mim vodka com dois cubos. _ Diz Mikaela.
- Margarita. _ Pede Júlia com um sorriso sugestivo e um golpe de decote.
   -Cerveja. _ Diz Victoria olhando a pista sentindo-se observada.
-Sumo Natural, nada de álcool. _ Pede Eva desconfortável.
 -Bem meninas. _ Começa Mikaela bebendo a sua vodka num trago. – Quanto a vocês não sei mas eu vou dançar e aproveitar a noite.
-Quem vem comigo? - Pergunta batendo o copo no balcão.
- Já estou lá. - Responde Júlia entusiasmada terminando a sua bebida e emaranhando-se na pista com Mikaela “abandonado” Victoria e Eva no bar.
- É sempre a mesma coisa. _ Desabafa Eva. – Nem sei porque venho, abandonam-me sempre.
- Porque, primeiro, és obrigada. _ Começa Victoria com um sorriso. – Em Segundo, porque, como eu ficas preocupada com elas e alguém tem de as levar e proteger quando a farra acaba.
– Tens razão. _ Diz Eva num encolher de ombros.
- Diz lá quando não tenho? _ Pergunta Victoria convencida.
- Que graça a menina tem. _ Diz Eva fazendo as duas rir.             
Victoria olhou para a pista sentindo-se novamente observada e encontrando o ser que lhe causa tal desconforto. Sorrindo acaba a sua cerveja e volta a conversar com Eva.
Para Duarte aquele aglomerado de gente suada e bêbeda não lhe trazia a mesma satisfação de outrora. Precisava de mais, casos de uma noite já não serviam, tinha necessidade de casa acolhedora e cama quente, não de quartos de hotel impessoais. Mas as coisas andavam tão paradas que ele e os irmãos estavam a enlouquecer com a falta de missões o que o levou a exigir uma, caçar um vampiro que tinha descartado mais leis das que se podia mencionar. Onze da noite a atmosfera muda por completo. “Dentinho, o vampiro fora da lei” podia esperar, o que quer que seja que acabou de entrar não podia esperar. Duarte “varre” a boate com o olhar e encontra a sua nova fonte de tormento. Tinha pelo menos, com saltos, um e setenta e cinco de altura, cabelos compridos, que ele rezava que fossem castanhos, e um corpo que fazia virar muitas cabeças por onde passava.
Tinha chegado com o que pareciam ser suas amigas mas ele não se importou muito, o que lhe agradava muito era o facto de não haver cheiro de macho nela, estava sentada no bar com uma das amigas, e ria. O som do seu riso era como um bálsamo para os seus ouvidos sensíveis. Ele tinha de tê-la.

Depois de mais algumas Cervejas e outras bebidas, Victoria já algo tocada faz-se a pista. Ela, a música e o lindo e misterioso homem que a observava desde que entrara. Não era do tipo de se envolver com desconhecidos assim, mas havia alguma coisa na forma como ele a olhava que a fazia arrepiar.
Vira-se de costas e continua a dançar, ate que dois braços a envolveram e uma voz que, mesmo que estivesse a música muito alta, daria para perceber quão maravilhosamente rouca era, lhe sussurra ao ouvido um Olá.
- Olá. _ Diz Victoria de volta e continuando a dançar fazendo-o acompanhar.
Depois desse comprimento não foram precisas mais palavras. Dançaram, riram e beijaram, ate que o bolso de trás das jeans de Victoria começa a vibrar.
Era uma mensagem de Mikaela a dizer que estavam a espera dela há porta.
- Tenho de ir. _ Diz Victoria ao ler a mensagem.
- Espera. _ Duarte desespera-se. Não a podia deixar ir assim. Agarrando-lhe o pulso tira o telemóvel das suas mãos, liga para o seu para ficar com o número gravado.
- Agora podes ir. _ E devolve-lhe o telemóvel dando-lhe um beijo.
Victoria sorri e dirige-se a saída da boate. Do lado de fora vê as meninas já no táxi.
- Noite divertida, não? _ Pergunta Júlia dando-lhe um olhar sugestivo.
- Para com isso. _ Victoria entra no táxi com um sorriso rasgado e diz o endereço.
- Para nada. _ Diz Mikaela maliciosa. – Eu vi-te na pista com aquele pedaço de mau caminho.
- Pedaço nada, ele era o caminho todo. _ Completa Júlia fazendo as duas rir.
E foi assim pelo caminho todo, Mikaela e Júlia a rir de Victoria que tentava fazê-las parar e Eva que pedia desculpa ao motorista do táxi a cada dois minutos. Finalmente chegam a casa e quando entram no térreo e esperam pelo elevador o sinal de mensagem é ouvido.
- É o meu. _ Victoria tira o móvel do bolso das jeans e olha para o visor. Não era um número conhecido. Abre a mensagem.
“ Estarei á tua espera, na entrada da sereia do fórum Almada. Aparece ou vou ser o rapaz mais triste e sozinho de todo o mall.
D. “






ps: * Filipa Dowet não existe, é totalmente inventado pela minha pessoa.