Capitulo 1 _
“Sexta á Noite”
Sexta a
noite.
A tão
esperada noite que abre o fim-de-semana. Para Júlia, Mikaela, Vitoria e Eva era a noite
onde iriam beber para esquecer, pelo menos para Júlia que queria arrastar as 3
melhores amigas para a Boate mais próxima e chorar com elas as suas mágoas.
Isso era, ate estar tão bêbeda ao ponto de não se importar se elas ouviam ou
encontrar companhia melhor.
Eram como
irmãs as quatro mais velhas todas agora com 18 anos e a mais nova com quinze. Conheceram-se
aos dez no instituto privado para sobredotados, Filipa Dowet* quando lhes foi descoberto
a sua grande capacidade mental de um QI de 250. Vivem num grande duplex em
Santa Marta de Pinhal num prédio novo e de localização agradável. As mais
velhas trabalhavam todas a partir de casa pelo computador.
-Estão prontas? _ Pergunta Júlia dando os últimos
retoques no cabelo.
Júlia
é uma espevitada negra de pele chocolate, olhos escuros e quentes, cabelos
cheios de caracóis crespos que lembravam uma orgulhosa e cuidada juba. Acabada
de sair de uma relação de três anos, esta na fase de “sou de todos e de nenhum”.
Extrovertida, com sentido de humor e simpática.
- Vê se te acalmas. E empresta – me o batom
vermelho. _ Diz
Mikaela empurrando Júlia da frente do espelho da entrada.
Mikaela
é a Rockeira do grupo, com o seu estilo Dark Chique, cabelos negros como azeviche,
olhos de um azul cinzento e pele branca apetecível era o sonho de consumo de
muitos homens e mulheres e, por vezes algum tinham a sorte de a ter por uma
noite. Respondona, sarcástica e não levava desaforo para casa era taxada de
rapariga problema do momento em que disse a primeira palavra.
-Tenho mesmo de ir? _ Pergunta Eva alisando o vestido
que ela nunca usaria se não tivesse sido ameaçada por aquelas a que chamava
irmãs.
Em contraste
com Mikaela, temos Eva.
Gentil, doce, tímida e recatada de aparência frágil de uma ninfa com os seus
cabelos ruivos e olhos castanhos. Muito religiosa tenta pregar a fé dentro de
uma casa cheia de ateus o que faz com que muitas vezes seja ignorada. Apesar
disso a ida a igreja todos os domingos já virou tradição, como uma coisa que
fazem em família, após a missa, se o tempo ajudar, fazem um piquenique ou
qualquer outra coisa para passar o tempo todas juntas.
-Claro que sim. _ Responde Júlia com as mãos na
cintura e uma careta de desagrado. –
Preciso de todas para afogar as minhas mágoas, mesmo que tu não bebas.
- Mas a Alice não pode ficar sozinha. _ Eva tenta argumentar mas é
interrompida por Victoria.
-A Alice tem quinze anos, já é idade
suficiente para receber alguma responsabilidade. _ Começa Victoria sorrindo para a
cara de desespero de Eva. – Alem do mais,
vão só ser algumas horas.
Victoria
era o que se podia definir como a doida Racional. Conseguia manter o sangue
frio nas situações mais stressantes. É algo tímida, mas nada que umas vodkas e
cervejas não ajudassem. Tinha os seus momentos, como ser tão calma e recatada
como Eva, doida e espontânea como Júlia, ou mazinha e de língua afiada como
Mikaela. Morena de cabelos compridos e olhos castanhos, pele de um moreno
saudável todo o ano. Era aquela a que todas recorriam quando tinham problemas.
-Não te preocupes Eva, fico bem. _ Diz Alice descendo as escadas
vestida com o seu muito colorido pijama.
Alice, irmã de
sangue de Victoria e a mais nova da casa com 15 anos acabados de fazer. Criada
por Victoria e as outras desde os seus 12 anos por uma tragédia vê a irmã mais
velha como uma mãe e as outras como tias. Muito alta para a idade que tem,
magra e com todos os seus atributos ainda em formação tem alguns complexos com
o seu corpo, morena de cabelos compridos, olhos castanhos e sorriso contagiante
era a princesinha da casa com atitude incluída, o que por vezes a fazia ficar
de castigo por algumas atitudes.
-Okay! _ Exclama Júlia retocando a
maquilhagem e o cabelo pela milésima vez. –
Prontas?
- Prontas!!! _ Gritam indo para a porta de casa.
- Lembra-te, tranca a porta e tira a
chave assim que sairmos, não abras a porta a ninguém porque nos temos chave e
se acontecer alguma coisa ligas para uma de nos e nos estamos aqui num piscar
de olhos. _ Victoria
fazia recomendações enquanto era arrastada para ao elevador.
- Eu
sei, divirtam-se. _ Diz Alice da porta de casa rindo das figuras das irmãs.
Apanham um
táxi na avenida principal e dão o endereço para uma nova Balada chamada “ Sin
and Tell” que tinha óptimas recomendações e como o dono era conhecido de Júlia
tinham convites V.I.P ‘s para a festa exclusiva de abertura de Verão. Entram
sem nem olharem para a fila á porta e Juntam-se ao mar de corpos suados que
vibravam ao som de uma música mix.
-O que vai ser? _ Pergunta o apetecível Barman uns
decibéis acima da música.
- Para mim vodka com dois cubos. _ Diz Mikaela.
- Margarita. _ Pede Júlia com um sorriso
sugestivo e um golpe de decote.
-Cerveja. _ Diz Victoria olhando a pista
sentindo-se observada.
-Sumo Natural, nada de álcool. _ Pede Eva desconfortável.
-Bem meninas. _ Começa Mikaela bebendo a sua vodka
num trago. – Quanto a vocês não sei mas
eu vou dançar e aproveitar a noite.
-Quem vem comigo? - Pergunta batendo o copo no balcão.
- Já estou lá. - Responde Júlia entusiasmada
terminando a sua bebida e emaranhando-se na pista com Mikaela “abandonado”
Victoria e Eva no bar.
- É sempre a mesma coisa. _ Desabafa Eva. – Nem sei porque venho, abandonam-me sempre.
- Porque, primeiro, és obrigada. _ Começa Victoria com um sorriso. – Em Segundo, porque, como eu ficas
preocupada com elas e alguém tem de as levar e proteger quando a farra acaba.
– Tens razão. _ Diz Eva num encolher de ombros.
- Diz lá quando não tenho? _ Pergunta Victoria convencida.
- Que graça a menina
tem. _ Diz Eva
fazendo as duas rir.
Victoria
olhou para a pista sentindo-se novamente observada e encontrando o ser que lhe
causa tal desconforto. Sorrindo acaba a sua cerveja e volta a conversar com
Eva.
Para Duarte
aquele aglomerado de gente suada e bêbeda não lhe trazia a mesma satisfação de
outrora. Precisava de mais, casos de uma noite já não serviam, tinha
necessidade de casa acolhedora e cama quente, não de quartos de hotel
impessoais. Mas as coisas andavam tão paradas que ele e os irmãos estavam a
enlouquecer com a falta de missões o que o levou a exigir uma, caçar um vampiro
que tinha descartado mais leis das que se podia mencionar. Onze da noite a
atmosfera muda por completo. “Dentinho, o vampiro fora da lei” podia esperar, o
que quer que seja que acabou de entrar não podia esperar. Duarte “varre” a
boate com o olhar e encontra a sua nova fonte de tormento. Tinha pelo menos,
com saltos, um e setenta e cinco de altura, cabelos compridos, que ele rezava
que fossem castanhos, e um corpo que fazia virar muitas cabeças por onde
passava.
Tinha
chegado com o que pareciam ser suas amigas mas ele não se importou muito, o que
lhe agradava muito era o facto de não haver cheiro de macho nela, estava
sentada no bar com uma das amigas, e ria. O som do seu riso era como um bálsamo
para os seus ouvidos sensíveis. Ele tinha de tê-la.
Depois de
mais algumas Cervejas e outras bebidas, Victoria já algo tocada faz-se a pista.
Ela, a música e o lindo e misterioso homem que a observava desde que entrara.
Não era do tipo de se envolver com desconhecidos assim, mas havia alguma coisa
na forma como ele a olhava que a fazia arrepiar.
Vira-se de
costas e continua a dançar, ate que dois braços a envolveram e uma voz que,
mesmo que estivesse a música muito alta, daria para perceber quão
maravilhosamente rouca era, lhe sussurra ao ouvido um Olá.
- Olá. _ Diz Victoria de volta e
continuando a dançar fazendo-o acompanhar.
Depois desse
comprimento não foram precisas mais palavras. Dançaram, riram e beijaram, ate
que o bolso de trás das jeans de Victoria começa a vibrar.
Era uma
mensagem de Mikaela a dizer que estavam a espera dela há porta.
- Tenho de ir. _ Diz Victoria ao ler a mensagem.
- Espera. _ Duarte desespera-se. Não a podia
deixar ir assim. Agarrando-lhe o pulso tira o telemóvel das suas mãos, liga
para o seu para ficar com o número gravado.
- Agora podes ir. _ E devolve-lhe o telemóvel
dando-lhe um beijo.
Victoria
sorri e dirige-se a saída da boate. Do lado de fora vê as meninas já no táxi.
- Noite divertida, não? _ Pergunta Júlia dando-lhe um olhar
sugestivo.
- Para com isso. _ Victoria entra no táxi com um
sorriso rasgado e diz o endereço.
- Para nada. _ Diz Mikaela maliciosa. – Eu vi-te na pista com aquele pedaço de
mau caminho.
- Pedaço nada, ele era o caminho
todo. _ Completa
Júlia fazendo as duas rir.
E foi assim
pelo caminho todo, Mikaela e Júlia a rir de Victoria que tentava fazê-las parar
e Eva que pedia desculpa ao motorista do táxi a cada dois minutos. Finalmente
chegam a casa e quando entram no térreo e esperam pelo elevador o sinal de
mensagem é ouvido.
- É o meu. _ Victoria tira o móvel do bolso das
jeans e olha para o visor. Não era um número conhecido. Abre a mensagem.
“ Estarei á tua espera, na entrada da
sereia do fórum Almada. Aparece ou vou ser o rapaz mais triste e sozinho de
todo o mall.
D. “